Ana Lagoa
BRASIL, MEU AMANTE,
EU - SUA AMANTE,
onde me largou a cegonha,
ou terei
saido de um repolho imigrante num navio furreca???
por que aqui?
por que nesse
tempo?
por que esse lugar - esse lugar que me anunciaram promissor e belo,
mas
que não me abraça, não me ouve,
e corre celerado em direção a um destino
desastroso ...
e nada que faço conta.
fui catar o fado que ela lembrou, e que sintetiza nosso horror.
SE
TROCARMOS O AMANTE do fado,
PELO PAIS QUE AMAMOS,
a letra combina
perfeitamente com nosso momento:
MALDIÇÃO
Que destino, ou maldição
Manda em nós, meu coração?
Um do outro assim perdido,
Somos dois gritos calados,
Dois fados desencontrados,
Dois amantes desunidos.
Por ti sofro e vou morrendo,
Não te encontro, nem te entendo,
Amo e odeio sem razão:
Coração... quando te cansas
Das nossas mortas esperanças,
Quando paras, coração?
Nesta luta, esta agonia,
Canto e choro de alegria,
Sou feliz e desgraçada.
Que sina a tua, meu peito,
Que nunca estás satisfeito,
Que dás tudo... e não tens nada.
Na gelada solidão,
Que tu me dás coração,
Não há vida nem há morte:
É lucidez, desatino,
De ler no próprio destino
Sem poder mudar-lhe a sorte...
Manda em nós, meu coração?
Um do outro assim perdido,
Somos dois gritos calados,
Dois fados desencontrados,
Dois amantes desunidos.
Por ti sofro e vou morrendo,
Não te encontro, nem te entendo,
Amo e odeio sem razão:
Coração... quando te cansas
Das nossas mortas esperanças,
Quando paras, coração?
Nesta luta, esta agonia,
Canto e choro de alegria,
Sou feliz e desgraçada.
Que sina a tua, meu peito,
Que nunca estás satisfeito,
Que dás tudo... e não tens nada.
Na gelada solidão,
Que tu me dás coração,
Não há vida nem há morte:
É lucidez, desatino,
De ler no próprio destino
Sem poder mudar-lhe a sorte...
Nenhum comentário:
Postar um comentário