Macaco Devagar
(Bruno Moreira Lima)
Antes do ataque fatal
Sente-se, de Cronos, o bafo,
Sente-se, de Cronos, o bafo,
Cuja influência maligna
Faz da razão um bagaço,
Alastrando-se o medo,
E a ele somado
O desespero.
E a ele somado
O desespero.
As mãos esfriam, o estômago gela
E, assim como a respiração,
O coração acelera...
E, assim como a respiração,
O coração acelera...
Não adianta choro
Não adianta vela
Se não for o indivíduo,
Ao adiantar o que deve,
Antes de tudo, precavido
Para livrar-se do mal
Não adianta vela
Se não for o indivíduo,
Ao adiantar o que deve,
Antes de tudo, precavido
Para livrar-se do mal
Não tardando, todavia,
Para comer as nossas tripas,
Acabando com qualquer honra,
Desabando qualquer moral,
Ele surge, com sua ira!
Para comer as nossas tripas,
Acabando com qualquer honra,
Desabando qualquer moral,
Ele surge, com sua ira!
E, com ele, uma briga
É de morte ou morte
É brutal!
É de morte ou morte
É brutal!
Não acode a sorte
Não importa a lida
Não redime o esforço:
É briga de foice!
Não importa a lida
Não redime o esforço:
É briga de foice!
Na qual
A cada rodada
Ele arranca um pedaço
Até que não sobre nada
E o nada perca sentido
Dando na luz
Branca ou vermelha
Conforme o padrão de seus atos
A cada rodada
Ele arranca um pedaço
Até que não sobre nada
E o nada perca sentido
Dando na luz
Branca ou vermelha
Conforme o padrão de seus atos
Porém, mesmo do inferno,
Ele nos traz de volta ao jogo
Para saciar-se de novo...
Ele nos traz de volta ao jogo
Para saciar-se de novo...
Enquanto eu,
Que, há muito, sei disso,
Porque já morri tantas vezes,
Dessa vez não me rendo
E resisto
Que, há muito, sei disso,
Porque já morri tantas vezes,
Dessa vez não me rendo
E resisto
Se não o mato por fora,
O rasgo por dentro,
Como um caco de vidro, inflamado,
Retalhando seus órgãos,
Com viço,
O rasgo por dentro,
Como um caco de vidro, inflamado,
Retalhando seus órgãos,
Com viço,
E, assim,
Vingando os lentos
Vingando os lentos